"Tem-se
escrito tanto sobre a questão da regularidade maçônica, já deram-se tantas
definições diferentes e, inclusive, contraditórias, que este problema, longe de
estar resolvido, tem, talvez, ficado mais e mais obscuro. Parece-nos que foi
mal colocado, pois, freqüentemente, busca-se
sempre fundamentar essa regularidade sobre considerações puramente históricas,
apoiando-se em provas, verdadeiras ou supostas, de uma transmissão ininterrupta
de poderes de uma época mais ou menos recuada; é preciso confessar que,
partindo desse ponto de vista, seria fácil encontrar irregularidades na origem
de todos os ritos praticados na atualidade. Sendo assim, pensamos que isso tudo está muito longe de ter a
importância que alguns quiseram lhe atribuir e que, a verdadeira regularidade
está essencialmente na ortodoxia maçônica, e que esta ortodoxia consiste acima
de tudo em seguir fielmente a tradição, em conservar cuidadosamente os símbolos
e as formas rituais que expressam esta tradição e que constituem sua roupagem,
e em rechaçar toda inovação suspeita de modernidade." (René Guénon - A Gnose,
abril de 1910)
Resumo.
O presente artigo traça uma
análise histórica e doutrinária sobre a questão da regularidade e do
reconhecimento nos Altos Graus do Rito Adonhiramita, questão confusa e
controversa que, muito frequentemente, vem à baila por ocasião da fundação de
novas instituições maçônicas de Altos Graus ou quando ocorrem divisões no seio
de instituições mais antigas.
Trataremos também das relações
entre as instituições de Altos Graus e as instituições (Potências) dos Graus
Simbólicos e tentaremos dirimir alguns equívocos comuns em relação ao tema.
I. Introdução.
A Maçonaria é composta por
grupamentos nacionais, com ou sem relações internacionais, que compartilham
idéias, símbolos, mitos, métodos de trabalho e alegorias comuns transmitidos,
com algumas variações, mais ou menos importantes em relação à forma e aos
enfoques doutrinários, através de rituais.
De maneira geral, podemos usar
como padrão, para classificar algo como ‘maçônico’, ao rol dos “antigos costumes” ou “limites”
(landmarks) feito por Albert Pike (1809
– 1891). Tal classificação é, historicamente, a mais confiável de todas as
listas. São eles:
1- A necessidade dos maçons reunirem-se em
Lojas;
2- O governo de cada Loja por um
Venerável e dois Vigilantes;
3- A crença no Grande Arquiteto do Universo e
numa vida futura;
4- A cobertura dos trabalhos da
Loja;
5- A proibição da divulgação dos
segredos da Maçonaria.
O terceiro ponto, ou seja, o da
crença no Grande Arquiteto do Universo, deve ficar bem claramente definido como
não sendo uma imposição dogmática e
nem como uma visão religiosa, de um deus personalizado, mas sim como
uma abertura ao Sagrado e uma aceitação da dimensão transcendental e metafísica
da existência .
René Guénon, um dos maiores
intérpretes da Tradição e um dos maiores esoteristas de todos os tempos,
explica a questão:
"Já dissemos que, para nós, o Grande Arquiteto do Universo
constitui unicamente um símbolo iniciático, que devemos tratar como todos os
outros símbolos e do qual devemos, consequentemente, buscar antes de tudo
formar uma idéia racional; em outras palavras, que esta concepção não pode
ter nada em comum com o deus das religiões antropomórficas, que é não somente
irracional mas até mesmo anti-racional."(A Gnose, 1911)
No mesmo artigo, René Guénon
prossegue demonstrando que o Grande Arquiteto do Universo (G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.) é
o conceito daquele que traça o "plano ideal". Enquanto o
"demiurgo" platônico é a coletividade de seres individuais, tomados
em conjunto, que executa, ou seja, que atua como "operário" do
Universo, o G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. é o próprio conceito metafísico do plano ideal, do
projeto de transcendência e de transformação. O arquiteto concebe o edifício a
ser construído, no entanto, não é ele que, materialmente, executa a obra.
Quando se trabalha "à Glória
da Humanidade", "à Glória da Franco-Maçonaria Universal" , em um
sentido filosófico, também se trabalha à Glória do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.
A humanidade é o próprio
"Homem Universal" e sua "glória" é, exatamente, a
realização do plano de transcendência representado pelo G.˙.A.˙.D.˙.U.˙. Já a
"Franco-Maçonaria Universal" é, precisamente, no dizer de R.
Guénon, "a humanidade
considerada no cumprimento ideal da Grande Obra Construtiva", ou seja,
o cumprimento da concepção metafísica do G.˙.A.˙.D.˙.U.˙.
Esclarecidos estes pontos e,
tendo em vista o que é TRADICIONALMENTE MAÇÔNICO, acrescentando aí a utilização
do simbolismo do ofício da Construção e o Templo de Jerusalém como paradigma da
construção perfeita, paradigma este aplicado no espírito da mais ampla
tolerância religiosa, passemos ao desenvolvimento dos Graus.
II. Os Graus da Maçonaria
Em suas primeiras manifestações
históricas documentadas, a Maçonaria apresentava dois graus: O de Aprendiz
Aceito e o de Companheiro do Ofício.
As Lojas eram governadas pelo
“Mestre da Loja”, que era um Companheiro do Ofício eleito para a função e pelos
Vigilantes . Terminados seus mandatos, voltavam a ser Companheiros do Ofício,
não sendo o “Mestre da Loja” um Grau, mas tão somente uma função.
Por volta de 1725 um terceiro
Grau aparece, possibilitando que todos os Companheiros de Ofício pudessem se
tornar “Mestres Maçons”.
Depois de 1725, tanto na
Inglaterra quanto na recém implantada Maçonaria Francesa, começam a aparecer
Graus complementares ao Grau de Mestre, que eram continuações desse terceiro
Grau ou que traziam outras influências de origem cavalheiresca.
De fato, em poucos anos, a
Maçonaria foi preenchida por dezenas de Altos Graus, ao ponto de, na década de
1780, só em território francês, serem listados 81 Altos Graus distribuídos por
dezenas e dezenas de sistemas ritualísticos.
Da França sairia também o “Rito
de Perfeição de Heredom” (1758) , de 25 Graus e altamente influenciado pelas
idéias cavalheirescas que, através de uma patente pessoal, se instalaria nos
Estados Unidos da América e, em 1801, se transformaria no independente Rito
Escocês Antigo e Aceito.
Graças a esta situação, entre
1784 e 1785, o Grande Capítulo Geral da França, através de sua 5a
Ordem, um departamento de estudos
instaurado sob os auspícios do Grande Oriente da França, para organizar e dar
alguma uniformidade ao caos instalado, resumiu todos os Graus a 5 Ordens
Sapienciais, sendo a 5a Ordem de caráter acadêmico.
Também nessa época, o estudioso
Louis Guillemain de Saint Victor lançaria sua versão estendida das Ordens
Sapienciais propostas pelo Grande Capítulo Geral da França, a “Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita” em dois volumes, o que se tornaria a base
fundamental do Rito Adonhiramita, em 12 Graus.
III. Patentes.
Ao estudarmos essa fase da
formação dos ritos, veremos que, de fato, os ritos eram criados por estudiosos
e estes autorizavam, de maneira pessoal, a outros Irmãos para que propagassem
seu sistema ritualístico e fundassem corpos que o praticassem e difundissem.
Uma patente, em sua definição
original, é uma concessão pública, conferida por um Estado a um titular que
garante a este a exclusividade para explorar comercialmente a sua criação.
As primeiras patentes das quais
se têm notícias são de 1421 em Florença, na Itália. Felippo Brunelleschi
inventara um dispositivo para o transporte de mármore e o patenteou. Na
Inglaterra, em 1449, John de Utynam recebeu, através de uma patente, o
monopólio de 20 anos sobre um processo que inventou para a produção de vitrais.
A primeira lei de regulamentação
de patentes data de 1474 em Veneza, surgida pela necessidade de proteger com
exclusividade o invento e o inventor, concedendo licença para a exploração,
reconhecendo direitos autorais e sugerindo regras para a aplicação no âmbito da
produção.
Com base nessa idéia, ou seja,
nas PATENTES COMERCIAIS E INDUSTRIAIS, surgiram as primeiras “patentes
maçônicas”, que tinham por objetivo proteger a invenção dos criadores dos ritos
e dos sistemas.
As patentes eram pessoais e,
algumas, eram até hereditariamente herdadas, como um título transmissível para
os herdeiros.
Os critérios para a concessão de
uma patente referente a um rito ou a um sistema particular de Maçonaria eram dados
pelos criadores. As patentes eram cartas de autorização que traziam expressas
os poderes dados aos seus portadores.
Os poderes dos criadores, após a
morte deles ou quando se formasse um corpo suficientemente grande de
praticantes do sistema, eram transferidos a um chefe nomeado sucessor.
A idéia de uma “patente coletiva” referente aos Altos Graus, dada por uma instituição a outra instituição, e não de uma pessoa ou grupo de pessoas para a outra, só vai aparecer no panorama maçônico depois da criação do R.E.A.A.
A idéia de uma “patente coletiva” referente aos Altos Graus, dada por uma instituição a outra instituição, e não de uma pessoa ou grupo de pessoas para a outra, só vai aparecer no panorama maçônico depois da criação do R.E.A.A.
De fato, alguns ritos nascem não
com a intenção de se tornarem parte da Maçonaria como um todo, mas sim de serem
uma Maçonaria separada, específica, particular, que competisse com as outras.
Dessa maneira se lêem em alguns documentos expressões como “o Regime Escocês
Retificado”, “a Ordem da Estrita Observância Templária”, “o Soberano Santuário
de Menfis-Misraim” , “a Ordem da Estrela Flamejante”, “a Perfeita e Sublime Maçonaria” (essa
expressão se encontra na patente dada a Morin, ou seja, se referia ao Rito de
Heredom, não à Maçonaria como um todo) .
Note-se que esses sistemas usam expressões em que, claramente, demonstram
que não se viam como ritos, ou partes de algo maior ou unificado, mas sim como
algo próprio, particular, exclusivo, diferente e superior dos demais. Sendo
assim, o fundador de um rito era a autoridade máxima daquela “Maçonaria”. Exemplos
bastante claros disso são as histórias de Martinez de Pasqually de La Tour, com
sua “Ordem dos Sacerdotes Eleitos do Universo”, do Barão Von Hund com a
“Estrita Observância Templária” e Jean
Baptiste Willermoz com o “Regime Escocês Retificado”. Só eles tinham o poder de
conferir patentes para o funcionamento de seus respectivos sistemas .
No caso dos Ritos de Menfis e de
Misraim, que foram unificados depois para formarem o “Rito de Menfis-Misraim”,
ainda hoje sua organização é feita ao largo das Potências majoritárias. Em todo
o mundo, apenas a Grande Loja Suíça-Alpina o absorveu em sua própria
jurisdição. Seus Graus são próprios, seus Santuários não mantêm relações com a
maioria das Grandes Lojas majoritárias...Enfim, mantêm-se em uma estrutura
muito similar à dos corpos maçônicos exclusivistas do século XVIII e XIX.
Só muito mais tarde, como no caso
do Regime Escocês Retificado (que se tornou Rito Escocês Retificado) e do
R.E.A.A, grande parte dos ritos foram absorvidos pelas Potências Maçônicas
nacionais.
Tais afirmações podem causar
algum espanto aos leitores mas, o REAA, quando chega ao Brasil, chega como
Potência autônoma, com suas próprias Lojas Simbólicas e Altos Corpos. Só depois
será incorporado ao Grande Oriente do Brasil.
O Rito Francês e, pouco depois do
lançamento da “Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita”, o Rito
Adonhiramita, diferentemente, eram vistos como parte da Maçonaria Francesa. Não
eram conferidos via patente, mas sim por mera autorização dada pelo Grande
Oriente da França.
Nasceram no seio de Potências já
estabelecidas e não como propostas de novas Maçonarias.
Louis Guillemain de Saint Victor,
de fato, nunca conferiu nenhuma patente específica para a prática de seu rito.
Pensava, de fato, em uma forma opcional e mais profunda daquela proposta pelo
Grande Capítulo da França. A “Maçonaria Adonhiramita” era, tão somente, uma
opção de Maçonaria Ortodoxa dentro do mar de Ordens e Graus vigentes naquele
momento. Tanto é que, em sua apresentação, ele se identifica como um “Cavaleiro
de Todas as Ordens Maçônicas” e junta aos graus apresentados em sistema, uma
tradução do alemão do Grau de Noaquita ou Cavaleiro Prussiano, ao qual ele
achou interessante.
Já na apresentação da “Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita”, fica claro que se trata de uma
apresentação dos “três pontos da
Maçonaria Escocesa, o Cavaleiro do Oriente e o Verdadeiro Rosa-Cruz, que não
foram nunca impressos, precedidos dos Três Eleitos e seguidos do Noaquita ou
Cavaleiro Prussiano, traduzido do alemão.” e não de uma nova Maçonaria mais
perfeita que as demais ou separada dessas.
Qualquer corpo maçônico cujo
funcionamento fosse autorizado pelo Grande Oriente da França podia optar por
funcionar no sistema do “Grande Capítulo” (Rito Francês) ou no “Adonhiramita”,
que era a versão estendida de Louis Guillemain de Saint Victor para o mesmo
sistema.
Não foram concebidos como sistemas
particulares, mas como versões para o que era tido como a Ortodoxia Maçônica do
século XVIII.
Dessa forma, e como testemunho
histórico do que afirmamos, vemos as primeiras patentes da Maçonaria Portuguesa
sendo conferidas pelo Grande Oriente da França para a prática dos Graus
Simbólicos e para os Graus Capitulares Franceses, nos quais se incluía a versão
Adonhiramita...
De fato, o Rito “Adonhiramito”
(grafia da época) é tido como um dos preferidos pela Maçonaria Portuguesa.
Trata-se , portanto, de uma versão aprofundada, estendida, dos Graus
Capitulares Franceses.
IV. No Brasil
No Brasil, já em 1837, é fundada
a Loja “Sabedoria e Beneficência”, trabalhando no Rito Adonhiramita.
Influenciados por um erro de J.M.
Ragon, os maçons portugueses atribuíam a autoria do Rito ao Barão de Tschoudy e
criam que o Rito era constituído de 13 Graus. Em outras palavras, a prática da
época era, pura e simplesmente, pegar a “Compilação Preciosa da Maçonaria
Adonhiramita”, que havia sido traduzida para o português em 1836, e usar para a
prática dos Graus, prática essa autorizada pelo Grande Oriente...Sem patente
nenhuma em separado das que conferiam o direito a trabalhar os Graus
Simbólicos!
Essa é mais uma prova conclusiva
de que Louis Guillemain de Saint Victor nunca concedeu qualquer patente...Nem o
nome dele se sabia direito, uma vez que a obra foi lançada no semi-anonimato,
assinada por um “Cavaleiro de Todas as Ordens Maçônicas”.
Além disso, se praticava o Grau
de Noaquita ou de Cavaleiro Prussiano, grau esse que não fazia parte da
proposta do sistema de Louis Guillemain de Saint Victor. Ele mesmo afirma que o
Grau de Rosa Cruz é o “non plus ultra” de seu sistema. O Grau de Noaquita era
apenas um apêndice. No entanto, acabou sendo praticado como um 13º Grau
Adonhiramita. Seria verdadeiramente estranho se houvesse qualquer patente
Adonhiramita concedida por Louis Guillemain de Saint Victor onde ele errasse
seu próprio nome (substituído por “Barão de Tschoudy”) e ele se contradissesse
afirmando que seu sistema tinha 13 Graus ( coisa que ele não diz na obra base
fundamental do Rito).
Para nós, essas evidências
configuram prova conclusiva de ausência de qualquer patente específica para a
prática do Rito Adonhiramita e mesmo de qualquer necessidade de algo do tipo.
A Carta concedida para a fundação do Grande Oriente
Brasílico previa a autorização para se trabalhar em todos os Graus utilizados
na França e em Portugal, com a exceção dos pertencentes ao Rito Escocês Antigo
e Aceito que, desde 1801, exigia a concessão de uma patente separada, patente
essa que deveria ser emitida pelo Supremo Conselho de Charleston ou por Supremo
Conselho por ele reconhecido. Justamente
por isso, posteriormente (1854), o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil se
tornaria também o Soberano Comendador do REAA, pois este era o único Rito
trabalhado no Brasil (introduzido em 1829) que exigia uma autorização separada.
Já em 1832 foi fundado o Supremo Conselho do REAA no Brasil que trabalharia
como uma Potência Maçônica Independente.
Em 1839, o GOB criaria um “Grande Colégio dos Ritos”, que
era um tipo de departamento para o governo dos Ritos Adonhiramita, Moderno e
Escocês (de maneira irregular), já que o REAA deveria funcionar, e de fato já
funcionava, separado.
Em 1854, com a incorporação regular do Rito Escocês Antigo
e Aceito ao GOB, o “Grande Colégio dos Ritos” sofreu uma transformação. Tendo
em vista que, oficialmente, o REAA se incorporaria ao GOB e exigia um governo
separado, não poderia ser simplesmente juntado ao “Grande Colégio de Ritos” ou
fundido como era antes. Sendo assim, em
1855 foi criado o “Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis” (i.e. Moderno e
Adonhiramita), que comporia colateralmente ao Supremo Conselho do REAA, as
Oficinas Chefes dos Ritos.
Para governar as Lojas e Câmaras do REAA, o Grão-Mestre
teria que se tornar, também, o Soberano Comendador do Supremo Conselho.
O “Sublime Grande Capítulo dos Ritos Azuis” teve
existência curta. Em 1863, menos de dez anos após sua criação, ocorreu a
dissidência liderada por Joaquim Saldanha Marinho, onde foi criado o “Grande
Oriente do Vale dos Beneditinos.
O GOB criou pelo decreto nº 21 de 2 de abril de 1873 o
“Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas”, homônimo ao seu concorrente no
outro Grande Oriente. Cabe salientar que o erro de Ragon, o de que o Rito
Adonhiramita tinha 13 Graus, sendo o último o de “Cavaleiro Noaquita”, vingou
no Brasil como tinha vingado em Portugal.
Até 1951, esse corpo seria, na prática, o departamento do
GOB para o governo do Rito Adonhiramita. Nesse ano, em 23 de maio, pelo decreto
n. 1641, o Grão Mestre do GOB, Joaquim Rodrigues Neves promulgava a nova
Constituição, onde estava claro que, a partir de então, o GOB só regeria os 3
Graus Simbólicos, mantendo relações “da
mais estreita amizade e tratados de reconhecimento”.
Aqui começa uma longa série de equívocos dentro da
Maçonaria brasileira, equívocos esses que se mantêm até os dias de hoje.
Em 1932, o Congresso Maçônico de Potências regulares,
reunido no Chile, coligiu alguns princípios referentes a quais seriam os
critérios referentes à regularidade de um Rito...
Em resumo, o documento afirma que um Rito não cai do céu,
não é uma “revelação”, mas é uma criação humana. Afirma que não há nenhum órgão
ou organização maçônica para conceder licença para a criação de Ritos. Que um
Rito pode, se quiser, funcionar do 1º ao último Grau sem pedir licença a
ninguém, mas que, como estamos em uma fase da história maçônica onde se admite
a divisão da Maçonaria em Maçonaria Simbólica (Graus 1, 2 e 3) e Maçonaria
Filosófica (acima do Grau de Mestre), o Rito pode pedir a inclusão de seus
Graus Simbólicos em uma Potência Simbólica que, então, atendidas as exigências
gerais da mesma, passa a administrar os Três Primeiros Graus. Acima deles, é um
problema que não toca à Potência Simbólica...
O erro de 1951 foi a utilização da palavra RECONHECIMENTO.
Entre Potência Simbólica e Potência Filosófica pode haver
Tratado de Amizade, de Cooperação, de Mútuo Apoio, de Aliança...Mas nunca de
reconhecimento.
A ingerência da Potência Simbólica nos Graus Filosóficos
ou a ingerência da Potência Filosófica nos assuntos da Potência Simbólica é,
desde que houve a concordância de separação entre Maçonaria Simbólica e
Filosófica, altamente irregular.
A Potência Simbólica é uma instituição civil, de direito
privado com personalidade jurídica própria. A Potência Filosófica, idem. Cada uma trata de seus próprios assuntos e
interesses.
É óbvio que os membros das Potências Filosóficas, uma vez
que são, obrigatoriamente, também membros das Potências Simbólicas, devem
cumprir e fazer cumprir as leis de ambas as Potências. Não pode haver prática
de irregularidade em nenhuma delas. Um
maçom do GOB não pode utilizar um templo do GOB para receber a um maçom não
reconhecido pelo GOB com a desculpa de que não é sessão do GOB, mas sim da
Potência Filosófica. Não pode reconhecer os Graus Simbólicos (e por
conseqüência, tampouco os filosóficos) de maçom não reconhecido. Isso é apenas questão de bom senso. Se não posso reconhecer a alguém como Mestre
Maçom, é óbvio que não posso lhe conferir Graus Superiores.
No entanto, isso não tem absolutamente NADA A VER com ter
um “reconhecimento” institucional, da Potência Simbólica para com a Potência
Filosófica ou vice-versa.
Vemos com preocupação e espanto a maçons dizendo que uma
ou outra Potência Filosófica é “irregular” por não ter Tratado de
“Reconhecimento” com o GOB ou com tal ou qual Grande Loja...
Tratados de Reconhecimento com fins de equivalência de
Grau entre Potências Filosóficas, ainda que uma equivalência de cortesia, que
permita aos maçons de determinado Grau em um rito assistirem e, se desejarem,
filiarem-se no Grau eqüipotente de outro Rito, devem ser celebrados com base na
fraternidade vigente entre os Ritos (em suas instâncias acima do Grau 3) e,
obviamente, tendo-se em conta a regularidade simbólica dos Mestres Maçons em
questão e não com base em ser ou não tal ou qual Potência Filosófica
“reconhecida” por uma Potência Simbólica, tendo em vista que, como explicamos,
tal reconhecimento não existe entre Potências que adotam a separação entre
Graus Simbólicos e Filosóficos.
Um exemplo claro disso: O Supremo Conselho do R.E.A.A. de
Jacarepaguá não tem nenhum “reconhecimento” do GOB. No entanto, é considerado pela
Convenção Internacional dos Supremos Conselhos do R.E.A.A. como o único Supremo
Conselho Regular do R.E.A.A. em território brasileiro.
Vários Irmãos do GOB são filiados, nos Graus Filosóficos,
ao Supremo Conselho de Jacarepaguá.
Não estamos aqui discutindo quem está ou não está com a
razão, tema bastante delicado e que, longe do que alguns tentam fazer crer, não
tem uma resposta taxativa e definitiva.
Estamos apenas demonstrando que, quando se trata de Altos Graus, o
reconhecimento da Potência Simbólica não é possível, ao menos em acordo com as
normas aceitas internacionalmente como próprias da Maçonaria Conservadora (em
oposição à chamada Maçonaria Liberal).
O E.C.M.A.P., Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita
de Portugal, com o qual o E.C.M.A.B. mantém Tratado, tem o reconhecimento do
Supremo Conselho do R.E.A.A. de Portugal, que, por sua vez, é reconhecido, pela
Convenção Internacional dos Supremos Conselhos do R.E.A.A., como o único
Supremo Conselho do REAA regular em território português e, obviamente, mantém
relações com o Supremo Conselho do R.E.A.A. de Jacarepaguá.
Nada disso tem qualquer coisa a ver com “reconhecimento”
de Altos Corpos por parte de Potência Simbólica.
V. O E.C.M.A.
Em 1953, o “Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas”
passaria a se chamar “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros
Noaquitas para o Brasil”.
Em 15 de Abril de 1968, era assinado entre o então
Grão-Mestre do GOB, Álvaro Palmeira e o Presidente do “Muito Poderoso e Sublime
Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil”, Josué Mendes, um Tratado de Aliança e Amizade (não de
reconhecimento!).
E nesse período, de 1953 a 1968, o Rito Adonhiramita ficou
“irregular”? Respondam os defensores dos
“reconhecimentos” por Potência Simbólica... Parece-nos óbvio que não.
Em 1973, ocorre a grande “reviravolta” no Rito
Adonhiramita. Neste ano, treze Grandes Orientes Estaduais se desligam do Poder
Central do GOB. Isso, para o GOB, significa a perda da maior parte de suas
Lojas praticantes do Rito Adonhiramita e uma cisão interna dentro do “Muito
Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil”, que
só poderia admitir Irmãos ligados ao GOB.
Para recuperar o Rito Adonhiramita dentro do GOB e dentro
do “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o
Brasil”, é necessário atrair Irmãos de outros ritos para ele. Como fazer isso?
Essa foi a questão colocada pelos Irmãos Adonhiramitas
remanescentes. Em 1973, sob o comando do Irmão Aylton Menezes, o “Muito Poderoso e Sublime Grande Capítulo
dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil” muda seu nome para “Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita”
(ECMA). Restava ainda a completa
reformulação do Rito para que se tornasse mais atrativo para uma população
maçônica majoritariamente do REAA, ou seja, habituada a um sistema de 33 Graus
e que não se sentiria atraída por um rito com apenas 13 (12 na verdade).
Dentro de 9 anos, ou seja, em 1982, o Rito Adonhiramita no
seio do GOB e do ECMA estava completamente transformado: 33 Graus, Cerimonial
de Incensação, Cerimonial de Acendimento das Luzes, acentuada (e preocupante)
influência neo-ocultista e uma tendência a contínuas modificações.
É óbvio aqui que não havia nenhuma “patente” dada por uma
imaginária “oficina chefe” para o acréscimo de 21 Graus. Tampouco seria
possível basear tais Graus na obra de Louis Guillemain de Saint Victor.
Para a plena acomodação dos Graus Adonhiramitas no esquema
de 33 Graus do REAA, era necessária a divisão em Câmaras Ritualísticas. Essa divisão,
obviamente, não existe na “Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita”, que foi escrita bem antes do
aparecimento dessas divisões no seio do REAA.
O sistema de divisão em Lojas de Perfeição, Capítulos,
Areópagos ou Oficinas de Kadosh, Consistório e Supremo Conselho foi adaptado ao
Rito Adonhiramita com a manutenção dos 10 Graus filosóficos originais diluídos
dentre os Graus Escoceses.
Em nosso artigo “O
Rito Adonhiramita: História e idiossincrasias”, relatamos
pormenorizadamente as fontes e as influências ocorridas no processo.
Tendo em vista que o Rito Adonhiramita até então só era
praticado no Brasil, ou seja, que não havia a preocupação em se manter alguma
uniformidade com outros corpos Adonhiramitas no estrangeiro, as modificações,
invenções e teorizações desprovidas de base documental se tornaram um hábito
nos primeiros escalões do Rito. Novamente, aqui, frisamos a inexistência de
qualquer necessidade de uma “autorização” para que o Corpo Filosófico fizesse
suas alterações “intra muros”.
VI. Os acréscimos
alteraram a regularidade do Rito Adonhiramita?
Essa pergunta já nos foi feita.
Tendo em vista que a verdadeira regularidade está
essencialmente na ortodoxia maçônica, e que esta ortodoxia consiste acima de
tudo em seguir fielmente a tradição, em conservar cuidadosamente os símbolos e
as formas rituais que expressam esta tradição e que constituem sua roupagem, e
em rechaçar toda inovação suspeita de modernidade.", trata-se de pergunta bastante
cabível.
A questão central aqui não pode ser respondida com base em um
apego às formas do passado, nem tampouco como uma simples oposição à introdução
de 33 Graus no Rito ou aos cerimoniais de incensação e de acendimento das
luzes.
A real preocupação e a visão ortodoxa de regularidade, à
qual já expusemos, deve ser voltada para
quaisquer alterações em aspectos essenciais e tradicionais.
Ensina René Guénon:
“A Tradição não
exclui a evolução nem o progresso; os rituais podem e devem ser alterados
tantas vezes quantas sejam necessárias para adequar-se às condições variáveis
de tempo e de lugar, mas, entenda-se, unicamente à medida em que estas
alterações não afetem nenhum aspecto essencial. A mudança nos detalhes do
ritual importa pouco desde que o ensinamento iniciático que deles se compreende
não sofra nenhuma alteração. A multiplicidade de Ritos não teria graves
inconvenientes, talvez até mesmo seria vantajosa se, desgraçadamente, não
tivesse muito freqüentemente como conseqüência, servindo de pretexto a
lamentáveis cismas entre Potências rivais, o comprometimento da unidade ideal,
se quisermos, mas real da Maçonaria universal.” (A Gnose, abril de 1910)
Em outras palavras, o acréscimo dos Graus não representa
nenhum problema, desde que se mantenham os aspectos essenciais da Tradição
Adonhiramita, contidos na Compilação
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita.
O próprio Ragon, tão imaginoso em algumas ocasiões
escreveu:
“Nenhum grau
conhecido ensina nem desvela a verdade. Somente
torna o véu menos espesso...Os graus que se praticam até hoje fizeram maçons
e não iniciados”
Os graus da iniciação, compreendidos em sua essência, são
de multiplicidade necessariamente indefinida.
A Iniciação tem como fim a obtenção do conhecimento integral, ou seja, a
GNOSE no sentido verdadeiro da palavra. A posse efetiva de tal conhecimento
comporta graus e possibilidades verdadeiramente indefiníveis.
Sem os estudos iniciáticos e sem a compreensão da correta
interpretação dos Graus e seus símbolos, 3, 7, 9, 12, 13, 25, 30, 33, 99 ou 120
Graus não passam de um amontoado de cerimônias vazias de sentido, como nas
religiões exotéricas quando não vivenciadas e não compreendidas.
“os graus
intermediários da Iniciação podem ser até mesmo em multiplicidade indefinida, e
deve ficar claro que os graus que existem em uma Organização Iniciática não
constituem senão uma espécie de classificação mais ou menos genérica e
“esquemática”, limitada à consideração de certas etapas principais ou mais
claramente definidas, o que, por outro lado, explica a diversidade destas
classificações. É também evidente que, mesmo quando uma Organização Iniciática,
por uma razão qualquer de “método”, não confere graus claramente diferentes e
demarcados por ritos particulares a cada um (dos graus), isso não impede que as
mesmas fases (iniciáticas) existam obrigatoriamente para quem esteja vinculado
a tal organização, ao menos quando passam à Iniciação Efetiva, pois não há
nenhum método que permita alcançar diretamente o Objetivo.” (René Guénon - Estudos Tradicionais, setembro de 1950)
Da mesma maneira, a introdução dos cerimoniais de
incensação e acendimento das luzes, desde que não altere as partes ESSENCIAIS
dos ritos, não constitui problema algum para o Rito Adonhiramita.
Fazemos aqui a clara distinção: Cerimônias são as partes de
adorno, aformoseamento, auxílio à concentração, solenização e que trazem emoção
estética a um ato coletivo. Já o RITO, do sânscrito “rta”, é a ordem
fundamental, a atualização simbólica de um tempo e de um mito sagrados, que
contém partes essenciais e imutáveis por transmitirem os ensinamentos
Tradicionais da Iniciação.
Incensação e acendimento das luzes são CERIMÔNIAS na
Maçonaria Adonhiramita, introduzidas em 1973. Ritos são as partes essenciais,
abertura (com a verificação da cobertura do templo e da qualidade maçônica dos
presentes), declaração da Loja Aberta, Fechamento e as partes fundamentais das
iniciações aos Graus, ou seja, aquelas partes que transmitem os ensinamentos
centrais dos Graus.
Por si só, a introdução de cerimônias e de Graus extras,
não altera o núcleo, o fundamento de um Rito. O grande problema se dá quando
indivíduos sem qualificações e conhecimentos ritualísticos necessários resolvem
alterar partes essenciais...Aí há a interrupção da transmissão iniciática e um
rito se torna, de fato, IRREGULAR.
VII. O E.C.M.A.P.
O Excelso Conselho da
Maçonaria Adonhiramita para Portugal, é uma Potência Filosófica maçônica portuguesa, ou
seja, trata dos Graus 4 ao 33 do Rito Adonhiramita para Portugal. Foi
registrado como pessoa jurídica de Direito Privado em 28 de Maio de 2010 e
reconhecido pelo Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita (E.C.M.A.) pelo seu
Decreto Especial n.º 38-GPR, tendo sido consagrado e instalado o seu primeiro
Grande Patriarca Regente, em 27 de Setembro de 2010, pelo Grande Patriarca
Regente do ECMA.
O E.C.M.A.P. constitui-se assim em um fenômeno
de retorno do Rito Adonhiramita para Portugal, tendo em vista que o Brasil
recebeu-o de seus Irmãos Lusitanos no século XIX.
O E.C.M.A.P., possui Tratado de
Amizade e Aliança com a Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de
Portugal, e de Reconhecimento com o Supremo Conselho para Portugal (R.E.A.A.),
cujo Soberano Grande Comendador, Agostinho Fernandes Garcia é
Grande Patriarca Inspetor-Geral Honorário ad Vitam do ECMAP e Grande Patriarca Inspetor-Geral Honorário ad
Vitam do E.C.M.A.P. e Patriarca Regente Honorário do S.C.A.B.
Essas informações estão abertas
nos sítios da internet de ambas as Potências.
A pergunta que se coloca aqui é:
Quais as relações atuais entre E.C.M.A.P. e o E.C.M.A., potência que o originou
e que tem, surpreendentemente, até o momento, Tratado de Aliança e Amizade com
o GOB?
O sítio eletrônico do ECMAP traz a seguinte informação (grifos
meus):
“No sentido de evitar qualquer tipo de má interpretação sobre o
relacionamento entre o ECMAP e as demais Potencias e Obediências maçónicas reconhecidas como integrantes da
maçonaria regular internacional, se esclarece que, tendo presente
os tratados assinados pelo ECMA com Obediências não reconhecidas no passado dia
13 de dezembro de 2014, o Excelso Conselho da Maçonaria Adonhiramita para
Portugal suspende a partir dessa data as suas relações maçónicas com a dita Potência.
Assim não será permitida a visitação às Oficinas do ECMAP de obreiros
que estejam filiados ao ECMA.
Os Obreiros detentores de graus filosóficos do Rito Adonhiramita que
tenham suspendido a sua filiação ao ECMA podem visitar as Oficinas Litúrgicas
do ECMAP bem como filiarem-se às mesmas como Obreiros Honorários não
residentes.
Sobre este assunto deverão os Obreiros ter presente o traçado do
Decreto n.º 28/2014 do ECMAP.”
Cremos não ser necessário tecer
maiores comentários às informações já fornecidas pelo referido sítio
eletrônico.
VIII. S.C.A.B.
Em dezembro de 2013, foi fundado o Supremo Conselho Adonhiramita
para o Brasil, S.C.A.B., por conta de uma série de graves discordâncias
internas dentro do corpo do E.C.M.A., algumas delas com conseqüências maçônicas
extremamente graves, como a expulsão de diversos membros da Cúria Patriarcal da
Potência Simbólica, situação essa que permanece até o momento.
O S.C.A.B. foi fundado por maçons
oriundos do mesmo corpo simbólico que o E.C.M.A. e sobre a mesmas bases, ou seja,
a legitimidade iniciática nos Graus Filosóficos transmitida pelo GOB aos corpos
que dele se separaram por exigência de regularidade internacional.
Aqui, mais uma vez, repetimos que
essa legitimidade não foi conferida por nenhuma patente conferida em separado
uma vez que, tanto o Rito Adonhiramita quanto o Rito Moderno, não tinham uma
Oficina Chefe separada da Potência Simbólica e nem necessitavam de patente de
um “Supremo Conselho” pai (como no caso do R.E.A.A.).
A alegação de que o Rito
Adonhiramita ou o Rito Moderno só podem ter uma Potência Filosófica em
território nacional é uma imitação, completamente sem base, do R.E.A.A.
As Constituições de Lausanne,
oriundas da reunião de Supremos Conselhos do R.E.A.A., determinaram isso PARA O
R.E.A.A., uma vez que se tratava de reunião exclusiva do R.E.A.A., chefiada
pelos Supremos Conselhos Norte Americanos daquele Rito e que visavam regular
tão somente o R.E.A.A. com suas peculiaridades.
Tendo em vista isso e o próprio
teor daquelas Constituições, é verdadeiramente esdrúxulo utilizar tal documento
para justificar o que quer que seja fora do R.E.A.A.
IX. Conclusão
Com isso, esperamos ter, mui
fraternalmente, dirimido as dúvidas dos Irmãos e contribuído para que todos
possam trabalhar em harmonia, paz e fraternidade.
Nosso maior desejo, assim como o
de todos os Irmãos verdadeiramente imbuídos de ideais maçônicos, é que impere a
concórdia para que todos juntos possam fazer novos progressos na Maçonaria.