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terça-feira, 2 de maio de 2017

A unidade entre sacerdotes e guerreiros

"O monge deve ser rude. Monges delicados não são verdadeiros monges. Uma pessoa delicada e suave não está preparada para a rusticidade da ascese e para os desafios da vida monástica. Desconfie sempre de todo monge delicado. Um homem delicado, por acaso, aguentaria a dureza do chão nu, o sol abrasante do deserto, as privações de todo consolo e os muitos trabalhos necessários a uma vida solitária? Mãos macias estão preparadas para arar o solo, cortar e cozer alimentos simples e sem nenhuma sofisticação, limpar a cela ou os recintos do mosteiro e manejar ferramentas para consertar e construir as coisas das quais necessita? Um homem delicado está preparado para ensinar rusticidade e autonomia a seus discípulos? Um monge deveria conseguir apartar a luta de dois tigres apenas com um bastão."

(Texto do monge Yuan-tsing. Em 815, ele foi capturado com mais de 80 anos de idade. Estava comandando um exército de insurgentes. Quando seus captores tentaram torturá-lo com um martelo, eles viram que seus ossos eram tão duros que não conseguiram quebrar suas pernas. Yuan-tsing então, berrou furioso: "Esses vermes! Se consideram homens bravos e não sabem nem como se quebra uma perna!" Então, Yuan-tsing posicionou suas pernas e mostrou aos torturadores como era o método correto para se quebrar a perna com um martelo.)


"Em suas origens védicas o tipo do Brāhman ou "sacrificador" tinha pouca semelhança com o do "padre" como nossos contemporâneos concebem: ele era, ao contrário, uma figura tanto viril como assustadora e, como temos dito, um tipo de encarnação visível no mundo humano do super-humano (bhū-deva). Além do mais, nós podemos ver que nos textos mais antigos um ponto de distinção entre o brāhman - a casta "sacerdotal" - e ksatram ou rājam - casta guerreira ou real - não existe; uma característica que nós podemos ver nos estágios mais antigos de todas as civilizações tradicionais, incluindo a Grega, a Romana e a Germânica. Os dois tipos só vão começar a se diferenciar em um período posterior, sendo este outro aspecto do processo de regressão que temos mencionado." (Julius Évola. A Doutrina do Despertar)

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